sábado, 29 de janeiro de 2011

Grande inoperante.


O momento importante é retardado, mas você aprende andar e dar seus primeiros erros.
Erros engraçados e aceitos ao mais tardá, mais tardá que obedece a regra do tempo.
Tempo que anda com as pernas da verdade, verdade que tem a ilusão da simplicidade.
E quanto mais se pode alcançar o sol mais vontade de derreter terá.
Que momento é esse? Não pode esperar?
Toque o plano do vento e deixe-o tocar você. Faça a grande graça e seja a maçã.
Quais seriam os propósitos? É somente focar no lado claro é óbvio.
O óbvio nem sempre é a resposta certa. Que vontade louca é essa?
Eu toco as coisas como quem toca piano. Que loucura é essa?
Eu respiro a poeira do tempo, eu sinto a verdade do tempo e eu temo aos erros.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

De acordo com o frio.


Eu danço na rua
O frio segue meus passos
Os carros dão a batida
As pessoas andam na direção
Cada um faz o que tem que ser feito
Está tudo certo?
Dance até o frio acompanhar
Cante até as pessoas pararem
Dê as batidas para os carros
Convide as gaivotas para sorrirem
Siga os passos do frio
Dance até espantar o calor
As pessoas fazem o que acham melhor
Eu danço para sentir o vazio
O que é certo?
As gaivotas cantam
As pessoas dançam
Os carros seguem o frio
O frio sorri
E eu acompanho o frio
O vazio voa na direção
E eu dou a batida

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Letra A


A linha azul de que tanto sinto
A linha azul que eu tanto vejo
A linha que corta todos os mundos
A reta que se dobra em pequenos cuidados
A parte em que vira um circulo
A forma que se fecha
A estrada que chora
A vida que transborda na irmã
A agulha que não costura o céu
A exposição sem água
Ar que navega a terra por dias
A história que narra as palavras
A atitude que imita o mar vermelho
A musica que dança na batida dos olhos
A chuva que conversa com o homem
A solidão que escolhe o nada
A tentativa que te ilude de expectativas
A jangada que te encaminha pro círculo
A ferida gostosa de estar exposta
A saudade que viaja os números
A cidade que anda com barcos
A linha que traduz um sentido pra isso.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Bebíamos.



Nós bebíamos ao longo da noite
Encontramos um bilhete que dizia "Adeus solidão"
Sabíamos que podíamos voar
Sabíamos que podíamos encontrar uma outra dimensão
Queríamos sabedorias, mas só tínhamos histórias pra contar
Raramente chorávamos por algo ou pela vida
Ríamos o quanto podíamos
Gritávamos o quanto conseguíamos
Adorávamos espantar aquele mal
No fim de tudo bebíamos para esquecer ou para algo fazer sentido.