sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O centro da cidade e a roda vida.

Um calor que esquentava minha roupa e descarregava suor do pescoço ao meu umbigo como um amor que se espalhava do umbigo ao mundo e cegava os olhos de quem nos via. Estava certa em saber que nada poderia ser mudado, não saberia dizer se seria bom ou ruim, há uma grande verdade dentro de uma grande mentira da qual eu vivia, mas não era hora de debater esse assunto. Embora os prédios velhos de uns séculos atrás deixavam transparecer que poderíamos adormecer no tempo e permanecer no mesmo lugar contando as mesmas histórias e presenciar histórias de tirarem o folego. Essa tarde passava calma, mansa, sem nenhuma preocupação, pessoas tomavam seus sucos, cafés e o que demais haviam em seus pedidos. O centro da cidade era um lugar brilhante, pessoas simples e expressivas circulavam sem notar umas as outras. Todos eram iguais com os mesmos direitos, com suas situações do dia a dia, os bares lotados, os varejos alegres e a velha guarda na praça jogando xadrez. Parecia até que eu estava nos anos 50 ou aproximadamente. Conseguia ver as crianças brincando perto da fonte e os jovens flertando perto do cinema. Me vinham as lembranças que eu nunca tive, mas que gostaria de tê-las tido. Mas a única coisa que guardei dentro do meu bolso foi o que as pessoas chamam de relógio e eu o chamo de tempo perdido.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Os fatos mais que vivos... Revividos.

Meia palavra já bastava para entender o que ia sair da sua boca, uma cidade pequena e um país que participou de várias guerras no passado e que agora havia destruído um pequeno mundo construído de muitas ilusões. As suas palavras eram libertadoras de tanta dor sentida por quase um ano, seria essa a hora de conhecer a verdadeira liberdade de que tanto eu sonhei em conhecer? Mas me livrar de algo que me alimentou a anos é um tanto perturbador, me faz sentir medo do que há de novo em mim, pois as velhas lembranças se tornam futuras a cada instante. 
Doía ao ponto de anestesiar o que eu sentia, ao ponto de não saber ao certo o que eu estava sentindo, ou o que eu deveria sentir. Ainda ocorre por cada infarto que tenho. Tudo fluía espontaneamente como o sol que nasce na cidade e acendeia com luz forte de fogo degenerado. Tão forte que os olhos ardiam com um pequeno reflexo escapado da brecha da janela, o vento cantava como chuva entrelaçando nas folhas da árvore. Meu nariz não sentia cheiro algum, meu paladar não sentia nenhum gosto, eu não escutava nada, só minha pele que sentia o frio que se lançava como brasa que ardia como queimadura. 
Um pequeno poema que você havia recitado não me fazia nenhum sentido, mas senti até a última frase "...esmos, embriaguez." . Eu sabia que era o fim só não estava preparada para assumir, acho que nem você. E completei com uma frase antes que você dissesse mais alguma coisa " E tem fim, por não podermos imediatamente compreender sua eternidade" e o disse sem medo do que fosse pensar a meu respeito. 
Morri mil vezes em nome do amor, desejei mil vezes o pior mas fiz minha reza em nome do teu nome e roguei a melhor praga que me cabia, que você fosse feliz.