quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Vomitei Pessoas.

Mais uma vez não me comprometia a dizer nada, as palavras ditas por cada um entrava no meu ouvido como um vinho amargo que me aceleravam a coagulação do meu corpo e esquentavam as margens do mar que se encontrava no meus olhos.
Atingiam-me de todos os lados e entravam na pele como brasa quente que doía da cabeça ao dedo mindinho do pé, a garganta seca e os olhos ardiam segurando toda forma de expressão, reprimi todos os meus desejos antes que me deprimissem ou eu deixasse isso escapar.
Não poderia ser diferente toda aquela confusão que se encontrava na minha cabeça, cada olhar de julgamento me deixava tonta ao ponto de não conseguir pensar em nada. 
Parecia clichê mas não lembrava bem se eu era a protagonista de tanta agonia ou se eu era a própria agonia causada nas pessoas. 
Quanto mais o carro acelerava mais eu adormecia na minha inconsciência, não queria me permitir a ouvir nenhuma bala de fogo que saía de cada boca alheia.
Afogando-me cada vez mais nas minhas própria frustrações, no meu mundo retangular e profundo, quase subterrâneo. 
Até que chegamos ao precipício e jogamos todas nossas rezas para o fundo daquele infinito azul que se encontrava na nossa frente.
A verdade é que ninguém havia julgado ninguém, ninguém havia dito se quer uma palavra.
Toda confusão quem causou fui eu no início, meio e fim.
Fui tão eu que me perdi, que me confundi e me matei.
Me revivi e assumi quem eu era, quem era eu e vice versa.
Não havia mais ninguém para ser, para ter e para conhecer.
Só existia eu e mais umas de mim.
Porque era eu, porque era ele e de uma fusão me fiz em mim.
Adormeci em meus braços e me fiz de escolta contra mim o tempo todo.
Me pus a entender coisas que somente eu saberia entender, que de tanto perceber tudo eu me enganei, comigo, com eu e com ele.
A culpa se fez em tudo que há de mim e dentro de mim.
Fiz de culpa todo o meu eu e assim me culpei e errei. 
Eu sou a culpa de todos os meus eu.