sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Incoerência mental


Dói lentamente como veneno, prende a garganta e faz os olhos incharem. Estomago irritado e a única sensação saborosa é a dor na vista ao sair uma lágrima. A árvore cheia de vida me deixa com a vontade de estar morta e almejar a alma com um toque de sangue.  Aquele sabor que se assemelha ao cheiro de terra molhada. Acho que quero as duas coisas ao mesmo tempo no meu enterro, chuva e hemorragia constante. Acho que me sentirei mais viva do que estou agora, como se não tivesse pulsação e nem sangue bombeado no coração.
Sinto minha gastrite conversar comigo, dizendo como se sente depois de um litro de café mal passado.  Mais café do que água e açúcar. É assim comigo, muito de mim e menos de mim mesma. 
Uma junção na qual sempre haverá excesso demais, e o efeito de me manter acordada, por mais que eu queira dormir, nunca será o mesmo. Eu não quero, mas meu corpo é preguiçoso.
Eu me alimento de inveja nesse exato momento por não conseguir ser aquilo que alguém conseguiu. Encho-me de raiva por não ter conseguido. Fraquejo ao desejar o pior pra todos nesse exato momento.
Agora minhas lágrimas dançam enquanto eu observo as árvores de minha janela, rindo de como eu não consigo mover-me. O vento passa entrelaçando nas folhas, assim como o fogo da minha imaginação destrói toda minha visão.
Eu amo essa árvore, eu a amo por detestá-la. Eu cumprimento toda aquela vista com minha ingratidão. Afinal, é por conta dela que sei onde estou, pois viajo constantemente em mim.
Mutilo-me com pensamentos os quais eu gostaria de exorcizar para fora de minha cabeça, para fora da minha alma.