sábado, 31 de janeiro de 2015

Sentido contrário.

Entre duas opções existe uma única escolha que pode se ressaltar em nenhum resultado, ou pelo menos aquele que você desconhece, nunca viu mas que grita dentro de um só gole. 

Com um simples olhar se descobre um corpo novo, o calor que ascende as veias de sede, de paixão e violência. 

Ganha mundos e mundos, enfrenta muralhas de pessoas com um só golpe, o golpe devastador de um sorriso malicioso e pretensões expostas a socos a carne viva. 

Caminhadas longas e madrugas devastadas de poeiras eletrizantes, uma faca à mesa e uma ladra a esquerda, vários olhares desconfiados se faz uma matilha de lobos e um livro de páginas assinadas esbanjando sangue em sacos de ossos...

Até a escuridão de um blues faz a queda de outro um, afinal até dos atos mais sombrios proporcionam boas coisas, sejam elas a queda de um ou a vitória de outro. 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Rio de Janeiro

O olho da rua vê
o que não vê o seu.
Você, vendo os outros,
pensa que sou eu?
Ou tudo que teu olho vê
você pensa que é você?

Até Leminski sacou tudo, Rio de Janeiro que por acaso acompanha todos os meses do ano. Não sei se soa como janeiro pois ainda é dezembro, mas voltaria como musica que viciou na mente de alguém, mesmo que tudo tenha mudado de fato em novembro. A questão é que todo mês é mês de Rio de Janeiro! Muitas silhuetas com tanta pressa, cores e expressões diferentes o tempo divido em duas parcelas de água e melodia, uma composição perfeita com todo o azul que o mar oferece. Uma longa calçada e um aglomerado de formas e sombras coloridas a beira de um abismo. Á água cai pincelando e borrando todo o conjunto de verde e rosa com amarelo, cheiro de água marinha e um som peculiar de buzina de táxi. Um santo de braços abertos dando boas vindas a um sentimento inovador, perturbador e coerente, nunca visto antes. Em todo lugar uma tela, um poeta e um sonhador. Muitas surpresas, risadas e até chororô. Zona sul perfeitamente sorridente com um sorriso amarelado e encantado com aquele sentimento. Até os prédios acompanham aquela composição de alegria e discordância que acaba dando certo. Os prédios melancólicos sorrindo uns para os outros, acordando às cinco que são seis em outro lugar do mundo, cumprimentando com um bom dia com silhuetas expostas a vinte e quatro horas. A correria do dia-a-dia, cafés não duram por muito tempo, danças exóticas, pessoas exaustas de tanta beleza. Linhas entrelaçadas no asfalto se desmancham em areia e vista para peixes. O mar que nunca tem ressaca, as salas minúsculas com a satisfação de estar ali. Os arcos e o teatro sempre te acompanham pelas manhãs e noites quentes em uma cidade completamente fria, almas congeladas com corações mantendo os batimentos aquecidos. Se de lá for para Fortaleza, eis que assinou sua carta de suicídio. Acredite amigo, algo que aprendi com o santo redentor foi que uma vez no rio, sua alma fica presa a beira de tanta certeza. Aquele lugar é amaldiçoado, pois é um único lugar que as vidas funcionam, que as clarezas acontecem, porque lá o tempo não para, até Cazuza sabia disso. Eu consigo sentir que não estou presa no tempo em um espaço vazio, é impossível.



Ps: Escrito em Dezembro, só postado agora.