sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Like Crazy

Eu me sinto doente.
Ao ouvir os sons do dia a dia sinto as formas e as cores dos sons.
Ao fechar os olhos vivo uma vida inteira.
Ao respirar inalo a vida e a vejo transpassar pelos pulmões e
Inspiro os sentimentos calejados.

Eu estou doente?
Ao interferir no infinito das palavras,
Ao sentir o sabor do clima.
O tempo adormece na minha pele.

Eu enlouqueci!
Os sentimentos são como punhal no peito.
A minha cabeça é uma bomba relógio.
Os pensamentos são vírus que se alimentam dos meus neurônios.

Eu estou louca!
Minha alma vive outra vida.
Meu corpo tem vida própria.
Eu me traio constantemente comigo mesma.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Dialetos de um bolero.

A vida no meu ver são cores que entrelaçam em uma linha instante. 
Um mosaico, que a cada volta do mundo muda as tonalidades. 
Com esse pensamento levo-me a noite à vagar, sem perceber que minhas veias me levam ao delírio. 
Os olhos me traem sem nenhuma culpa, observando o tempo que parecia distante. 
Respiro a poeira da neblina que se assemelhava a um mormaço de março que no dia me fez um bem danado. 
A penumbra da noite e a lua guiando as sombras para o infinito da rua. Já não sei se estou sã, não tenho certeza. 
Os dialetos da mocidade ao som de um bolero levam-me a dançar por dentro acompanhando o vinho barato em uma briga com o fígado. 
Rir é uma boa opção enquanto me cai uma lágrima do céu.  Do céu da minha pupila que me deixa receoso de desapontá-la. 
O trajeto da calçada me fazia bem, deslizava como um navio navega no mar. Dormir na sarjeta me cairia bem, afinal, toda noite espero a beleza da solidão. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sal a gosto.

Um minuto e mais um espaço para poder pensar
As massas juntas ao encontro do mar,
Cada onda é uma amostra de como se desmonta
Em vaidade e forte ego os princípios morais.

Dói o mar, sangra em desgosto e o sal arde
Em tudo aquilo que se afogou. 
Que me perdoe o majestoso mar, 
Mas o agitado das ondas parecia-me mais 
Uma azia mal curada, que revira tudo de mal pensar.

Um assobio do vento me veio passeando pela nuca,
Que mais parecia um canto de viúva que perdeu o amor paro mar.
As gaivotas dançavam uma valsa no céu com harmonia,
Pareciam bailarinas em um recital.

Limões em formas de rostos se desfaziam 
Na fumaça dos cigarros, o frio secava as lágrimas
De quem ainda tinha um pouco de cada.
As pessoas compravam um pouco de calor 
Em forma de garrafa para aquecer a alma.

Não me espantaria a falta de algumas almas
Pois muitos já me pareciam tê-las vendido por umas graças,
Por um pouco de raça até para não fazer feio 
Com o resto da farsa.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Exposição à vista.

Enquanto eu caminho me vem a sede da pressa e do tempo.
Não me fixo em nenhuma parte que me é dada.
Visto-me a pele de proteção, não me sinto.
Mas ardem por dentro os sentimentos.
Pega fogo tudo o que eu ingeri,
Tudo o que eu vivi e senti.
Me deixo à vista aos 
Olhos de pessoas
Que enxerguem
Em mim
Amor.