A vida no meu ver são cores que entrelaçam
em uma linha instante.
Um mosaico, que a cada volta do mundo muda as
tonalidades.
Com esse pensamento levo-me a noite à vagar, sem perceber que
minhas veias me levam ao delírio.
Os olhos me traem sem nenhuma culpa,
observando o tempo que parecia distante.
Respiro a poeira da neblina que se assemelhava a um mormaço de março que no dia me fez um bem danado.
A penumbra
da noite e a lua guiando as sombras para o infinito da rua. Já não sei se estou
sã, não tenho certeza.
Os dialetos da mocidade ao som de um bolero levam-me a
dançar por dentro acompanhando o vinho barato em uma briga com o fígado.
Rir é uma boa opção enquanto me cai uma
lágrima do céu. Do céu da minha pupila que me deixa receoso de
desapontá-la.
O trajeto da calçada me fazia bem, deslizava como um navio
navega no mar. Dormir na sarjeta me cairia bem, afinal, toda noite espero a beleza da
solidão.
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