Meia palavra já bastava para entender o que ia sair da sua boca, uma cidade pequena e um país que participou de várias guerras no passado e que agora havia destruído um pequeno mundo construído de muitas ilusões. As suas palavras eram libertadoras de tanta dor sentida por quase um ano, seria essa a hora de conhecer a verdadeira liberdade de que tanto eu sonhei em conhecer? Mas me livrar de algo que me alimentou a anos é um tanto perturbador, me faz sentir medo do que há de novo em mim, pois as velhas lembranças se tornam futuras a cada instante.
Doía ao ponto de anestesiar o que eu sentia, ao ponto de não saber ao certo o que eu estava sentindo, ou o que eu deveria sentir. Ainda ocorre por cada infarto que tenho. Tudo fluía espontaneamente como o sol que nasce na cidade e acendeia com luz forte de fogo degenerado. Tão forte que os olhos ardiam com um pequeno reflexo escapado da brecha da janela, o vento cantava como chuva entrelaçando nas folhas da árvore. Meu nariz não sentia cheiro algum, meu paladar não sentia nenhum gosto, eu não escutava nada, só minha pele que sentia o frio que se lançava como brasa que ardia como queimadura.
Um pequeno poema que você havia recitado não me fazia nenhum sentido, mas senti até a última frase "...esmos, embriaguez." . Eu sabia que era o fim só não estava preparada para assumir, acho que nem você. E completei com uma frase antes que você dissesse mais alguma coisa " E tem fim, por não podermos imediatamente compreender sua eternidade" e o disse sem medo do que fosse pensar a meu respeito.
Morri mil vezes em nome do amor, desejei mil vezes o pior mas fiz minha reza em nome do teu nome e roguei a melhor praga que me cabia, que você fosse feliz.
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